sexta-feira, junho 30, 2006

Lost in Translation

Ele tem uma mulher sufocante e um casamento já enfadonho, ela é casada há dois anos e as amantes do marido são a fotografia e a fama, em resumo outras paixões. Ela, tem 25 anos e poderia ser o Porshe que ele, cinquentão deseja ter. Eles conhecem-se e "descambam" na paixão, a outra... e tudo isto passa-se, no Japão! Pois é, trata-se de "Lost in translation", mas se há uma coisa de que este filme não trata, é do Japão. Sofia usa hábilmente este dispositivo, que confere uma envolvente onde se coabita com uma escrita diferente, uma linguagem diferente, religiões diferentes, hábitos e modos diferentes - o Japão funciona por isso como um acessório, mas o sítio ideal para este nonsense. Contudo, este acessório Japão, funciona como uma alavanca destas relações - o que enfatiza mais o lugar do impossível possível obtido pelo contrastante nível de sofisticação (os neons, a tecnologia, a grande metrópole, etc...) perto da antropologia oriental. Por isso "Lost in translation" fala de estranhos num sítio estranho, da comunicação, do pragmatismo da vida face à paixão, de encontros e desencontros, do essencial e do fugaz-banal, de paixão e tédio.
E o que é o Japão afinal...?
O melhor é mesmo ir ver..
E termino assim este post com música dos "Jesus & Mary Chain" que Coppola escolheu para a despedida de "Lost in translation" - eis a letra (pode ouvir-se aqui):

Listen to the girl
As she takes on half the world
Moving up and so alive
In her honey dripping beehive
Beehive
It's good, so good, it's so good
So good

Walking back to you
Is the hardest thing that
I can do
That I can do for you
For you

I'll be your plastic toy
I'll be your plastic toy
For you

Eating up the scum
Is the hardest thing for
Me to do
Just like honey
Just like honey
Just like honey
...