Quem atravessa a Eurasia e entra pela Indochina para chegar a Bangkok, arrisca-se a ter que na volta tomar caminhos mais por sul. Assim aconteceu na minha última ida à "A cidade dos anjos, a grande cidade, a cidade que é jóia eterna, a cidade inabalável do deus Indra, a grande capital do mundo ornada com nove preciosas gemas, a cidade feliz, Palácio Real enorme em abundância que se assemelha à morada celestial onde reina o deus reencarnado, uma cidade dada por Indra e construída por Vishnukam" (...)
Já tinha ouvido dizer que o bater de asas de uma borboleta nas Américas poderia provocar uma chuvada na Europa (...) mas como agora é sabido de todos, um vulcão na Islândia pode provocar um alvoroço nos aeroportos numa extensão bem maior.
Quando não se está num lugar e não conhecemos as pessoas e costumes desse lugar, as notícias que nos chegam dedicam-se a oferecer-nos à fantasia encenações daquilo que realmente se passa nesse mesmo lugar. Nesse palco imaginário, num ciclorama de fundo, passam imagens da TV e jornais, que ampliados e distorcidos fornecem material ao drama em cena. Falo, do que se passou (e possívelmente passa), em Bangkok. Os senhores das "camisas vermelhas", apoiantes do governante anterior, exigem que o primeiro ministro convoque o mais rápido possível novas eleições. Penso que se trata de uma forma de luta um pouco já antiga (e de traços equivalentes), que já em 2007 tive oportunidade de presenciar.
Para ser sincero, não gosto de Bangkok, não gosto do clima quente e húmido, não gosto das ruas com insectos rastejantes apressados entre as multidões, nem do lixo amontoado em frente às montras das lojas. Estes foram os motivos que desta vez me levaram a sair pouco do hotel, e ser mais espectador de relatos de encontros menos agradáveis dos meus colegas com manifestações, que, ao que se sabe ainda resultaram na perda de vidas.
O mais interessante e empolgante desta viagem foi, sem dúvida, a volta. Deslocava-me a caminho da porta de embarque do voo da Air France que me levaria a Paris, e daí a Lisboa, atento aos paineis electronicos, quando para meu desencanto vejo "AF173 Bangkok - Paris Cancelled". Foram dois dias de ponderação entre o ficar e o partir, entrelaçados por notícias vulcânicas menos optimistas e sonos e refeições desencontradas. Uns partiam, outros esperavam, outros choravam (...) Ao segundo dia à tarde, desenhou-se a rota: BKK-Qatar-Tunis. É engraçado, penso que só de ficar mais perto de Portugal, me sentia menos desamparado. Da Tunisia para Portugal não tinha conseguido reservar voo na internet. Ora essa, que importa? África, o sítio de onde todos viemos, era o único (e primordial) continente onde ainda não estivera. Mas finalmente o caminho ficou fechado, Bangkok-Qatar-Tunisia-Marrocos-Portugal, fechado à volta deste "Mare Nostrum"...
Já tinha ouvido dizer que o bater de asas de uma borboleta nas Américas poderia provocar uma chuvada na Europa (...) mas como agora é sabido de todos, um vulcão na Islândia pode provocar um alvoroço nos aeroportos numa extensão bem maior.
Quando não se está num lugar e não conhecemos as pessoas e costumes desse lugar, as notícias que nos chegam dedicam-se a oferecer-nos à fantasia encenações daquilo que realmente se passa nesse mesmo lugar. Nesse palco imaginário, num ciclorama de fundo, passam imagens da TV e jornais, que ampliados e distorcidos fornecem material ao drama em cena. Falo, do que se passou (e possívelmente passa), em Bangkok. Os senhores das "camisas vermelhas", apoiantes do governante anterior, exigem que o primeiro ministro convoque o mais rápido possível novas eleições. Penso que se trata de uma forma de luta um pouco já antiga (e de traços equivalentes), que já em 2007 tive oportunidade de presenciar.
Para ser sincero, não gosto de Bangkok, não gosto do clima quente e húmido, não gosto das ruas com insectos rastejantes apressados entre as multidões, nem do lixo amontoado em frente às montras das lojas. Estes foram os motivos que desta vez me levaram a sair pouco do hotel, e ser mais espectador de relatos de encontros menos agradáveis dos meus colegas com manifestações, que, ao que se sabe ainda resultaram na perda de vidas.
O mais interessante e empolgante desta viagem foi, sem dúvida, a volta. Deslocava-me a caminho da porta de embarque do voo da Air France que me levaria a Paris, e daí a Lisboa, atento aos paineis electronicos, quando para meu desencanto vejo "AF173 Bangkok - Paris Cancelled". Foram dois dias de ponderação entre o ficar e o partir, entrelaçados por notícias vulcânicas menos optimistas e sonos e refeições desencontradas. Uns partiam, outros esperavam, outros choravam (...) Ao segundo dia à tarde, desenhou-se a rota: BKK-Qatar-Tunis. É engraçado, penso que só de ficar mais perto de Portugal, me sentia menos desamparado. Da Tunisia para Portugal não tinha conseguido reservar voo na internet. Ora essa, que importa? África, o sítio de onde todos viemos, era o único (e primordial) continente onde ainda não estivera. Mas finalmente o caminho ficou fechado, Bangkok-Qatar-Tunisia-Marrocos-Portugal, fechado à volta deste "Mare Nostrum"...
Sem comentários:
Enviar um comentário